23 novembro 2010

SOBRE O AMOR, ROSAS E ESPINHOS…

SOBRE O AMOR, ROSAS E ESPINHOS…



Amor que é amor dura a vida inteira. Se não durou é porque nunca foi amor.

O amor resiste à distância, ao silêncio das separações e até às traições. Sem perdão não há amor. Diga-me quem você mais perdoou na vida, e eu então saberei dizer quem você mais amou.

O amor é equação onde prevalece a multiplicação do perdão. Você o percebe no momento em que o outro fez tudo errado, e mesmo assim você olha nos olhos dele e diz: "Mesmo fazendo tudo errado eu não sei viver sem você. Eu não posso ser nem a metade do que sou se você não estiver por perto."

O amor nos possibilita enxergar lugares do nosso coração que sozinhos jamais poderíamos enxergar.

O poeta soube traduzir bem quando disse: "Se eu não te amasse tanto assim, talvez perdesse os sonhos dentro de mim e vivesse na escuridão. Se eu não te amasse tanto assim talvez não visse flores por onde eu vi, dentro do meu coração!"

Bonito isso. Enxergar sonhos que antes eu não saberia ver sozinho. Enxergar só porque o outro me emprestou os olhos , socorreu-me em minha cegueira. Eu possuia e não sabia. O outro me apontou, me deu a chave, me entregou a senha.

Coisas que Jesus fazia o tempo todo. Apontava jardins secretos em aparentes desertos.

Na aridez do coração de Madalena, Jesus encontrou orquídeas preciosas. Fez vê-las e chamou a atenção para a necessidade de cultivá-las.

Fico pensando que evangelizar talvez seja isso: descobrir jardins em lugares que consideramos impróprios.

Os jardineiros sabem disso. Amam as flores e por isso cuidam de cada detalhe, porque sabem que não há amor fora da experiência do cuidado. A cada dia, o jardineiro perdoa as suas roseiras. Sabe identificar que a ausência de flores não significa a morte absoluta, mas o repouso do preparo. Quem não souber viver o silêncio da preparação não terá o que florir depois…

Precisamos aprender isso. Olhar para aquele que nos magoou, e descobrir que as roseiras não dão flores fora do tempo, nem tampouco fora do cultivo.

Se não há flores, talvez seja porque ainda não tenha chegado a hora de florir. Cada roseira tem seu estatuto, suas regras…

Se não há flores, talvez seja porque até então ninguém tenha dado a atenção necessária para o cultivo daquela roseira.

A vida requer cuidado. Os amores também. Flores e espinhos são belezas que se dão juntas. Não queira uma só. Elas não sabem viver sozinhas…

Quem quiser levar a rosa para sua vida, terá que saber que com ela vão inúmeros espinhos.

Mas não se preocupe. A beleza da roza vale o incômodo dos espinhos…

P.S Texto atribuído ao Padre Fábio de Melo em diversas fonte da internet...

17 novembro 2010

Lagrimas desobedientes

É possível tentar fingir uma dureza no se portar
Procura-se às vezes digerir em silêncio o sofrer
É condicional a relação tênue do sofrer x amar
E sobre o fim inesperado nem sei o que dizer.

Faltam palavras, por dentro um incômodo forte
Os planos se esvaem, a tristeza chega duramente
Se conseguir dormir nessa tempestade é sorte
Viver um dia de cada vez: solução mínima, rasante

Pior é a hora em que costumava ouvir a voz amada
Espera incessante, inquieta ansiedade veio me ver
Diversas sensações, saudade manifesta, desorientada
No rosto lágrimas desobedientes insistem em escorrer

Nem se precisa mais admitir a visível fraqueza
O telefone não tocou, isso bastou; o mundo então caiu
Abalou-se ou encanto do estar junto, a pureza
Falta o chão, a fábula de sonhos enfim ruiu

Sumiu a poesia, o romantismo, o terno encanto
Agora é uma agonia, um vazio a incomodar
Ficou uma tristeza que não cessa, e um pranto
O colorido vivo da vida começou a desbotar

Sei que finita há de ser esta dor
Ouvi de alguém: “isso vai passar”
Virão melhores dias, seja como for
Tudo vai dar certo, assim quero acreditar
As lágrimas desobedientes ainda cairão
Insistentes, por um tempo, estarão a existir
Por enquanto, sempre haverá propícia ocasião
Acredito que num belo dia disso tudo irei sorrir


***SIMPLES POEMA, ESCRITO NO DIA 16.11.10, DEPOIS DE TER RECEBIDO DE UMA PESSOA ESPECIAL, UM TORPEDO QUE RESUME A DOR DE UMA SEPARAÇÃO. SERVE DE HOMENAGEM À TERNA CUNHADA MINHA. 

09 novembro 2010

Consternações da vida

Daqui estudo as nuances da macroeconomia.
Talvez melhor fosse estar a teu lado...
Impossível agora... de longe também ocupada.
Um na sala de aula, a outra na de audiência.
Participação na academia, postura na "justiça".
Ah, essa vida... bom quando éramos "não-adultos".
hoje maduros as responsabilidades são exigentes.
Mas há de haver hora boa para um encontro.
Sempre teremos também, o lúdico, o ócio.
Nem vejo a hora de fazer nada e descansar.
Fica o anseio, a vontade, o desejo no aguardo.

EU E OUTRO EU, EU MESMO... NOS AMAMOS...

"Amar e mudar as coisas me interessa mais" (BELCHIOR).