Do Interno ao Externo
Na possibilidade de só poder ser o que posso
Só posso ser mesmo o que sou
E em verdade sou pouca coisa
Sou eu apenas nas minhas verdades
As coisas que vivo e que tenho sou eu também
As dores, os choros, os risos, sorrisos,
A minha voz sou eu explanando, externando
Externo o tempo todo o interno
É fluxo contínuo: exteriorização do interiorizado
Eu sou, além do mais, muito pensamento
Penso que penso muito, esqueço também, “despensando”
Eu sinto, e sentimentos são e devem ser sentidos...
Sempre assim: sentir sentimentos faz bem quando bons são,
Viver é ser e estar conscientemente... cada um tem um papel
Ator social, cada ser é... cada um tem uma função,
E saber de tudo é tão difícil, nem sei de mim ao certo,
Mas sei que sou produto de mim mesmo.
Sou o resultado dos meus fatores, sou razão-emoção,
Concatenação de coisas, de aspectos.
Ah, esqueço sempre: sou também a projeção de mim.
Sou a imagem gerada no espelho quando fico diante dele.
Sou este reflexo que vejo agora, mesmo se não for belo.
Mesmo se parecer que o que vejo não é tão bom assim.
O importante é saber e gostar de mim, ou tentar...
O lapso impede as vezes o ordenar, aí sai tudo fora de órbita,
Então, fala-se de tudo ou de nada...
A paisagem gerada da janela exibida sempre depende,
Tudo pode ser o que não é... depende de quem observa,
Ah, os olhos então vêem as coisas de forma diferentes? Sim,
Somos todos universos iguais e diferentes
Iguais em estrutura, diferentes na composição,
Pensamos diferente, sentimos diferente,
Tudo fica a mercê então... é subjetividade terna!
Uns vivem em função do espiritual, outros do material,
Alguns são concretos os demais são abstratos,
Uns esforçam-se a subir,
Outros tantos se estagnam,
É assim, respostas nem sempre existem,
Não há respostas para as perguntas todas,
E o grande enigma é desvendar o mistério de viver
Atentando-se na perspectiva de encontrar razões,
Buscando piamente os sentidos para a vida...
Ser feliz, perdoar e amar dá significado à existência.
