18 dezembro 2008

ADEUS CFAP

"Adeus CFAP CHEGOU A HORA"... não vejo a hora de cantar esta música um pouco simples e 'besta' talvez para muitos. É bom traduzir CFAP (Curso de formação e aperfeiçoamento de praças), isso mesmo, a partir do dia 19 de dezembro de 2008 serei um praça, militar, soldado, sinônimos deste gênero. Eu não nasci sonhando em ser um praça, mas existem momentos na vida em que nem sempre comemos daquilo que gostamos. Já fui professor (facilitador, melhor dizendo) de cursos profissionalizentes, já fui presquisador (algo que me identifico, já dizendo que pretendo seguir carreira acadêmica na seara jurídica), já fui atirador, e agora, PM (Policial Militar) sou ou estou, no sentido de estarei por algum tempo.

Pois bem, aprendi muita coisa sobre o militarismo. Ganhei apelidos: Dr. Rocha (meu nome policial é ROCHA); Soneca (sempre cochilei na sala, é o melhor lugar pra se cochilar quando não se tem nada pra fazer); Abutre (inimigo dos "Tanders Cats", acredito que tal apelido veio por me sentar do lado de Pantro); "Quero-quero" (e nem sei se o nome é este, trata-se de uma ave, que corre engraçado, e na leitura do apelido era quando eu corria fazendo progressão). Ganhei amigos, percebi que muito do que vivo no direito pode ser visto em outro lugar, no curso de formação por exemplo, estudando direito humanos, direito penal, constitucional.



Tive um curso como se fosse uma gestação, já que se desdobra em esforço físico e mental ao longo de 09 meses intensos. Fui traquejado (exigido fisicamente e mentalmente, à guisa de tradução da expressão), aprendi a ter controle sobre os impulsos, e vi o quanto o ser humano se limita e se controla diante da dita famosa "Hierarquia e Disciplina", valores inerentes ao militarismo.

Por alguns instantes no começo do começo, lá na matrícula pensei em desistir, pois por conta da minha classificação talvez não fosse possível ficar pela região sul, daí, eu desistiria pois ninguém tira de minha meus grandes patrimônios: minha família, minha namorada e meu curso de direito. Mais aí, quando me foi posto o leque de opções, não mais restava Itabuna, porém, existia algumas vagas para Ilhéus. Então escolhi a terra da Gabriela, e fui logo definindo nãoi ficar alojado no quartel. começa o curso, e minha sina se inicia com ele, sempre indo e voltando de ônibus, todos os dias. A grana estava pouca, e tive a chance de dividir a gasolina da moto de um amigo, e arriscar a vida todos os dias, e assim fiz. Logo então, com a transferência deste amigo, consegui mais uma moto para dividir a gasolina, dessa vez numa "biz". Tempos depois, volto novamente a rotina do ônibus, e só Deus e os Meus que sabem o quanto foi difícil, mas eu já estava sendo remunerado com 01 salário mínimo. Logo então, surge a oportunidade de ir e vir de carro, dividindo a gasolina, aí, minha família (pai, mãe, irmão, namorada) e meu curso de direito ficaram gratos.
Falando em Faculdade, meu curso ficou um pouco comprometido nos dois semestres de 2008. abandonei o estágio na Defensoria Pública que tanto me simpatizava. Tive meu tempo de estudo amplamente reduzido, pois, dedicava meu dia a PM das 6 as 18 hs, de segunda a sexta e também em alguns finais de semana. E assim foram 09 meses, dormia sempre num dia e acordava no mesmo dia, sempre depois das 00 hs e acordando as 5:40 ou 6 hs. Tudo fruto de um ideal, tendo em vista que, graças a este emprego poderei cuidar da minha vida acadêmica, fazer cursos, e estruturar a vida.


Sendo," apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior", sou muito grato a esta oportunidade que tive. Foi um concurso que nem estudei, e na vespera dele cheguei em casa de madrugada na virada do sábado para o domingo do concurso. Era o tempo em que eu dava aula nos cursos profissionalizantes, e estava bem longe, perto de Vitória da Conquista, em Itambé. Na hora da prova senti sono, cansaço, mas no final deu certo. Muitas forama s aventurar ao longo do processo seletivo, com duas idas a Salvador (com carona parada por uma blitz na primeira ida; e também com atrapalhações e hospedagem num hotel que era motel na Calçada). Cabe espaço, para citar minha preração para o teste físico, que começou em Seabra e durou uma semana, graças ao incentivo de minha Amada Marla Maria, durante uma viagem que fizemos para visitar meus sogros.


No fim das contas, o saldo é positivo, e nem sei o que seria de mim se não fosse o apoio da família, dos amigos, da namorada Marla Maria, que fica em destaque for ser a única pessoa que ficou sabendo na íntegra das dificuldades e atribulações que passei. O momento agora cabe apenas agradecer a Deus e aos humanos citados que me deram força nesta jornada, em que já bem sei que parafraseando Charles Chaplin "a vida é maravilhosa quando não se tem medo dela".
É isso... no fim de tudo valeu a pena...

2 comentários:

Menina disse...

Foi um período de dificuldade, supeação.
Mas a causa motivou, a mim também...
Muito sono perdido, mas o ideal falou mais alto.
Então, damos adeus ao CFAP, com saldo positivo de boas histórias e aprendizados pra vida inteira!
Parabés!!!

Daniel Santos disse...

Olá Rodrigo, me chamo Daniel, sou 2º SGT da Polícia Militar do Pará e lí seu artigo sobre sua despedida do CFAP e sua história para conseguir seu objetivo, no seu blog. Parabéns Camarada, gostaria que meu filho mais velho que tem 26 anos fosse como vc, mas os filhos nem sempre, ou nunca, saem como gostaríamos. Vc é um vencedor!!! À propósito, visite o blog do nosso CFAP e do nosso PROERD, os endereços são: www.cfap.blogspot.com e www.proerdbelem.blogspot.com

EU E OUTRO EU, EU MESMO... NOS AMAMOS...

"Amar e mudar as coisas me interessa mais" (BELCHIOR).