19 maio 2011

Foi sim, pois sim... pois tá

Ontem pensei umas fortes besteiras, foi sim...
Pois sim, pois tá... e hoje não dá pra concertar,
Eu tinha promessas da vida, tudo ruiu, foi sim...
Pois sim, pois tá... será engano, a vida mentiu?
Perdida estava a esperança, solta, doida, foi sim...
Pois sim, pois tá, uma criança me chamou de tio...
De preferência, o íntimo queria referências, foi sim,
Pois sim, abandono intenso de mim já não há...
Alguém me falou que estou doente, estranhei, foi sim
Pois tá, custei de acreditar, fugi, voltei, aceitei
O trem tava mesmo fora dos trilhos e parado, foi sim
Pois sim, refazer o caminho, seguir o rumo, reiniciar
Estrela cadente apareceu, devo ser merecedor, fui sim,
Pois tá, supertição, pedido feito, Fé no Senhor
Havia dantes, tristeza, minimização de mim, foi sim,
Pois sim... meu sorriso brilhou, não sei explicar... 
Conto o caso pra quem um dia perdeu o passo, assim.
Pois tá, há sempre um modo positivo de recomeçar!

21 fevereiro 2011

As sem-razões do amor

    As sem-razões do amor
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.


(Carlos Drummond de Andrade)

Amar (Carlos Drummond)

    Amar
Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.



(Carlos Drummond de Andrade)

26 janeiro 2011

Anjos

Sinto que és um enviado de Deus certamente
Algo da Divindade reside em ti e é perceptível
Mas as vezes me pego confuso, sem entender
Suas múltiplas formas, sua dinâmica, aparições
As vezes te sinto alocado nos humanos ao redor
Noutras parece se misturar ao vento, aos lugares
Por vezes próximo ao perigo avisando algo
Guia meus passos, e me livra do mal sempre
Magnífica invenção do Pai Celeste
Posso notar a presença deles: os Anjos

11 janeiro 2011

O avesso do que pareço

Nem sei medir o peso de certos atos
Me embaraço e me perco volta e meia
Fico confuso com as vozes de casa e do mundo
Dúvidas perseguem, mas sei do certo e do errado
Escolhi ser o que sou, logo devo aceitar ou mudar
Aprender pela dor é pior, bem mais traumático
Sei dos riscos, porém insisto em tropeçar
As quedas deixam diversas marcas e feridas
Cada vez fica pior, cabe apreender...
Sinto que os ciscos me cegam
Sou maior que as pedras no caminho
Dependo de mim e dos outros para mudar
Os outros se mostram bem dispostos que eu
Haverá sofrimento, tormento, agonia
Então o tempo vai dizer o que virá
A vida vai ser o que eu fizer dela!


18 dezembro 2010

Os monstros em mim

Tenho monstros morando em mim
Vivem acorrentados, presos no calabouço
Não posso esquecer da existências deles
Se me desvio a atenção eles tentam fugir
Se fico frágil, eles querem tomar conta
São muitos, me condeno por isso
Nem sei como eles nasceram
Devem ser fruto das minhas imperfeições
Nasci com a capacidade de desenvolvê-los
As experiências cuidaram do nascimento deles
As más experiências, e o natural do ser humano
Alguns se enfraquecem, outros até morrem
Outros fingem a morte, mas estão vivos
Existe uma força que ajuda no controle
O combate é intenso, rígido
Fico a desejar que eu permaneça no controle
Espero o dia em que não sobre um monstro
Acho que todo ser humano é assim
Possuo 'achismos' e monstros só meus

23 novembro 2010

SOBRE O AMOR, ROSAS E ESPINHOS…

SOBRE O AMOR, ROSAS E ESPINHOS…



Amor que é amor dura a vida inteira. Se não durou é porque nunca foi amor.

O amor resiste à distância, ao silêncio das separações e até às traições. Sem perdão não há amor. Diga-me quem você mais perdoou na vida, e eu então saberei dizer quem você mais amou.

O amor é equação onde prevalece a multiplicação do perdão. Você o percebe no momento em que o outro fez tudo errado, e mesmo assim você olha nos olhos dele e diz: "Mesmo fazendo tudo errado eu não sei viver sem você. Eu não posso ser nem a metade do que sou se você não estiver por perto."

O amor nos possibilita enxergar lugares do nosso coração que sozinhos jamais poderíamos enxergar.

O poeta soube traduzir bem quando disse: "Se eu não te amasse tanto assim, talvez perdesse os sonhos dentro de mim e vivesse na escuridão. Se eu não te amasse tanto assim talvez não visse flores por onde eu vi, dentro do meu coração!"

Bonito isso. Enxergar sonhos que antes eu não saberia ver sozinho. Enxergar só porque o outro me emprestou os olhos , socorreu-me em minha cegueira. Eu possuia e não sabia. O outro me apontou, me deu a chave, me entregou a senha.

Coisas que Jesus fazia o tempo todo. Apontava jardins secretos em aparentes desertos.

Na aridez do coração de Madalena, Jesus encontrou orquídeas preciosas. Fez vê-las e chamou a atenção para a necessidade de cultivá-las.

Fico pensando que evangelizar talvez seja isso: descobrir jardins em lugares que consideramos impróprios.

Os jardineiros sabem disso. Amam as flores e por isso cuidam de cada detalhe, porque sabem que não há amor fora da experiência do cuidado. A cada dia, o jardineiro perdoa as suas roseiras. Sabe identificar que a ausência de flores não significa a morte absoluta, mas o repouso do preparo. Quem não souber viver o silêncio da preparação não terá o que florir depois…

Precisamos aprender isso. Olhar para aquele que nos magoou, e descobrir que as roseiras não dão flores fora do tempo, nem tampouco fora do cultivo.

Se não há flores, talvez seja porque ainda não tenha chegado a hora de florir. Cada roseira tem seu estatuto, suas regras…

Se não há flores, talvez seja porque até então ninguém tenha dado a atenção necessária para o cultivo daquela roseira.

A vida requer cuidado. Os amores também. Flores e espinhos são belezas que se dão juntas. Não queira uma só. Elas não sabem viver sozinhas…

Quem quiser levar a rosa para sua vida, terá que saber que com ela vão inúmeros espinhos.

Mas não se preocupe. A beleza da roza vale o incômodo dos espinhos…

P.S Texto atribuído ao Padre Fábio de Melo em diversas fonte da internet...

17 novembro 2010

Lagrimas desobedientes

É possível tentar fingir uma dureza no se portar
Procura-se às vezes digerir em silêncio o sofrer
É condicional a relação tênue do sofrer x amar
E sobre o fim inesperado nem sei o que dizer.

Faltam palavras, por dentro um incômodo forte
Os planos se esvaem, a tristeza chega duramente
Se conseguir dormir nessa tempestade é sorte
Viver um dia de cada vez: solução mínima, rasante

Pior é a hora em que costumava ouvir a voz amada
Espera incessante, inquieta ansiedade veio me ver
Diversas sensações, saudade manifesta, desorientada
No rosto lágrimas desobedientes insistem em escorrer

Nem se precisa mais admitir a visível fraqueza
O telefone não tocou, isso bastou; o mundo então caiu
Abalou-se ou encanto do estar junto, a pureza
Falta o chão, a fábula de sonhos enfim ruiu

Sumiu a poesia, o romantismo, o terno encanto
Agora é uma agonia, um vazio a incomodar
Ficou uma tristeza que não cessa, e um pranto
O colorido vivo da vida começou a desbotar

Sei que finita há de ser esta dor
Ouvi de alguém: “isso vai passar”
Virão melhores dias, seja como for
Tudo vai dar certo, assim quero acreditar
As lágrimas desobedientes ainda cairão
Insistentes, por um tempo, estarão a existir
Por enquanto, sempre haverá propícia ocasião
Acredito que num belo dia disso tudo irei sorrir


***SIMPLES POEMA, ESCRITO NO DIA 16.11.10, DEPOIS DE TER RECEBIDO DE UMA PESSOA ESPECIAL, UM TORPEDO QUE RESUME A DOR DE UMA SEPARAÇÃO. SERVE DE HOMENAGEM À TERNA CUNHADA MINHA. 

09 novembro 2010

Consternações da vida

Daqui estudo as nuances da macroeconomia.
Talvez melhor fosse estar a teu lado...
Impossível agora... de longe também ocupada.
Um na sala de aula, a outra na de audiência.
Participação na academia, postura na "justiça".
Ah, essa vida... bom quando éramos "não-adultos".
hoje maduros as responsabilidades são exigentes.
Mas há de haver hora boa para um encontro.
Sempre teremos também, o lúdico, o ócio.
Nem vejo a hora de fazer nada e descansar.
Fica o anseio, a vontade, o desejo no aguardo.

24 agosto 2010

SENTIMENTO AMOROSO

Cálida noite a adormecer os que podem dormir,


Cátedras lembranças senti hoje e me fez bem,

Visitas feitas pela madrugada, palavras dantes ditas.

Havia salvo mensagem postuladas na rede social.

Sorriu um coração, o mesmo de outrora triste,

Cai um frio sereno junto com o silêncio a rodear.

Sei que de lá, dormes.

Daqui queria acompanhar teu sono.

Linda flor, dediquei a ti o meu amor, sou feliz.

Alguém disse que somos um belo par, concordo.

A luz do sentimento sempre irá brilhar? Espero.

Falta rima, sobra inspiração, é madrugada agora.

Pelo significado em minha vida, temo te perder.

Preciso aprender a conquistá-la todo dia, meta minha.

Chegou pedindo um lugar aqui do lado meu e conquistou.

Ocupe o espaço dedicado a ti em mim,

Cuidarei de preenchê-la em tudo que for.

Prometo não deixar faltar amor, carinho, afeto, cuidado.

Posso assim dizer: serei eterno namorado teu.

Quero eternamente te fazer feliz, assim serei também.

Vou encerrar aqui com a saudade mesma intensa.

Deus vai abençoar a vida tua, Amada minha.

Presença certa nos contextos internos do seu Amado.

Beijos na testa e no coração, razão e emoção.

Doce a tua presença, sinto-te mesmo distante.

Explicando por que disso tudo: Amo-te
 
 
 
***Escrito numa destas noites em que a saudade bate...

EU E OUTRO EU, EU MESMO... NOS AMAMOS...

"Amar e mudar as coisas me interessa mais" (BELCHIOR).